O prenúncio de um desastroso programa de sábado já se tinha feito anunciar com a visão de uma simples foto. Não gosto de fazer juízos de valor, muito menos com base em primeiras impressões, mas a verdade, é que estas são-me muito difíceis de ignorar uma vez que nunca me têm deixado ficar mal.
As hipóteses de divertimento, porém, disparavam proporcionalmente à falta de fé – com entrada grátis, na pior das hipóteses, tinha a certeza de que me divertiria a troçar com a qualidade do trabalho.
22h e pouco, com tão já característico atraso, partimos em busca da bomba que oscilava entre a sexual e a suicida – ganhou a 2ª, por razões óbvias. Curiosamente, o número da porta teimava em ser achado, começando a duvidar da existência do mesmo, no nosso plano de existência. Estranhando a ausência de um lugar passível de acolher um espectáculo ou avistar qualquer ajuntamento que o denunciasse, por tentativas pouco lógicas, acabámos por descobrir a tal travessa, mais a bomba, que se anunciava como performance de dança.
À entrada, dois sujeitos de cerveja na mão, exclamavam um íntimo olá, como se há muito esperassem pela nossa chegada. Ao passar a grande porta daquele armazém, deparamo-nos com uma sequência de imagens que, por momentos, pensei se tratar da própria aventura anunciada: Um Hall cheio de dezenas de caixotes de lixo, uma garagem, escadas e corredores sinuosos, traves caídas, fios eléctricos pendurados e nem uma pessoa que se deixasse ver. Seguimos o som da música, descemos as escadas apertadas para um novo corredor sinuoso, passamos a porta e a sensação é a de ter chegado ao backstage de um concerto. Somos ignoradas pelos três tipos que falam em espanhol, enquanto abrímos e espreitamos por todas as portas existentes na sala. Nada. Ignoradas por completo. Nenhum sabe o que estamos a perguntar, encolhem os ombros e sugerem virar à esquerda. Melhor ainda – novo corredor escuro e algo tétrico, sem saída viável "Se descemos mais vamos dar à morgue". Voltamos ao piso de entrada, nova direcção. Finalmente indicações minúsculas do tal estúdio. Estúdio? Ao entrar finalmente na sala que há tanto procurávamos encontrar, um grupo de 15 pessoas pára a conversa e as atenções centram-se na nossa chegada. A palavra “estúdio” continua a martelar-me na cabeça. Será que viémos parar a uma daquelas aulas em que temos de fingir ser árvores ao vento? Finjo saber o que faço e dou um boa noite convincente. Entregam-me um folheto e dirijo-me para lá das cortinas. Na sala vermelha, um sofá namora um grande ecran onde são projectadas imagens de uma performer. Sentamo-nos no fundo da pequena sala e questiono-me porque o público interessa-se mais pela sala do lado, onde conversam.
Ao fim de 3 minutos, o filme repete-se. Espero pela repetição para comentar. A jovem de vermelho continua em constantes contorsões e fanicos. Isto tem algo do do filme THE RING – o efeito sonoro demasiado weird, o grão da imagem, os tremeliques, a brancura asséptica do cenário. Comento que a Samara cresceu, cortou o cabelo e agora veste-se de vermelho para vir para o Bairro. Desisto das imagens que se repetem na tela e coloco a conversa em dia. Abandono o espaço lá pela 15ª vez que passa o filme, após descobrir que me estão a fotografar, a mim e às outras 6 pessoas que foram ver o espectáculo. Resumo da noite – não a trocava. Vale sempre a pena novas experiências.
As hipóteses de divertimento, porém, disparavam proporcionalmente à falta de fé – com entrada grátis, na pior das hipóteses, tinha a certeza de que me divertiria a troçar com a qualidade do trabalho.
22h e pouco, com tão já característico atraso, partimos em busca da bomba que oscilava entre a sexual e a suicida – ganhou a 2ª, por razões óbvias. Curiosamente, o número da porta teimava em ser achado, começando a duvidar da existência do mesmo, no nosso plano de existência. Estranhando a ausência de um lugar passível de acolher um espectáculo ou avistar qualquer ajuntamento que o denunciasse, por tentativas pouco lógicas, acabámos por descobrir a tal travessa, mais a bomba, que se anunciava como performance de dança.
À entrada, dois sujeitos de cerveja na mão, exclamavam um íntimo olá, como se há muito esperassem pela nossa chegada. Ao passar a grande porta daquele armazém, deparamo-nos com uma sequência de imagens que, por momentos, pensei se tratar da própria aventura anunciada: Um Hall cheio de dezenas de caixotes de lixo, uma garagem, escadas e corredores sinuosos, traves caídas, fios eléctricos pendurados e nem uma pessoa que se deixasse ver. Seguimos o som da música, descemos as escadas apertadas para um novo corredor sinuoso, passamos a porta e a sensação é a de ter chegado ao backstage de um concerto. Somos ignoradas pelos três tipos que falam em espanhol, enquanto abrímos e espreitamos por todas as portas existentes na sala. Nada. Ignoradas por completo. Nenhum sabe o que estamos a perguntar, encolhem os ombros e sugerem virar à esquerda. Melhor ainda – novo corredor escuro e algo tétrico, sem saída viável "Se descemos mais vamos dar à morgue". Voltamos ao piso de entrada, nova direcção. Finalmente indicações minúsculas do tal estúdio. Estúdio? Ao entrar finalmente na sala que há tanto procurávamos encontrar, um grupo de 15 pessoas pára a conversa e as atenções centram-se na nossa chegada. A palavra “estúdio” continua a martelar-me na cabeça. Será que viémos parar a uma daquelas aulas em que temos de fingir ser árvores ao vento? Finjo saber o que faço e dou um boa noite convincente. Entregam-me um folheto e dirijo-me para lá das cortinas. Na sala vermelha, um sofá namora um grande ecran onde são projectadas imagens de uma performer. Sentamo-nos no fundo da pequena sala e questiono-me porque o público interessa-se mais pela sala do lado, onde conversam.
Ao fim de 3 minutos, o filme repete-se. Espero pela repetição para comentar. A jovem de vermelho continua em constantes contorsões e fanicos. Isto tem algo do do filme THE RING – o efeito sonoro demasiado weird, o grão da imagem, os tremeliques, a brancura asséptica do cenário. Comento que a Samara cresceu, cortou o cabelo e agora veste-se de vermelho para vir para o Bairro. Desisto das imagens que se repetem na tela e coloco a conversa em dia. Abandono o espaço lá pela 15ª vez que passa o filme, após descobrir que me estão a fotografar, a mim e às outras 6 pessoas que foram ver o espectáculo. Resumo da noite – não a trocava. Vale sempre a pena novas experiências.
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