Sunday, February 26, 2006

THAT 80'S SONG


Com a noite fria, a chuva desaparece e sob o céu estrelado, as loucuras de uma noite de sábado fervilham pela cidade. As criaturas nocturnas arrastam-se das suas tocas e juntam-se numa bolha temporal, onde o retro 80 é que está a dar, ao som do mascar de pastilhas gorilas e de bombocas que ninguém viu sequer a cor. Em volta, um colectivo heterogéneo desengonça-se ao som dos ritmos sintetizados, enquanto uma pobre perdida dança com um pilar. Sob as luzes negras, os vampiros relevam-se e as imagens de filmes popcorn que vingavam há 20 anos intercalam cenas dos jogos spectrum, cujos gráficos reles e a pobreza de desempenho era o máximo para uma geração que ainda nem sonhava com telemóveis e internet. Memórias que ficam e que são recordadas em conversas, em desenhos animados e séries da nossa infância, que olhando para trás, para o que tanto significou na altura, só me resta uma conclusão: viva o progresso!

Sunday, February 19, 2006


A chuva cai intensa e persistente. A sala pouco cheia, respira o silêncio. Apenas um violoncelo faz o número de abertura, arrancando sons repetidos e pouco melodiosos. A ideia reverberiza na minha mente – será demasiado experimentalista para mim? Aos poucos os sons vão tomando conta e o cansaço da semana acumulada começam a surtir efeito. Desisto e fecho os olhos. À medida que esvazio a cabeça de pensamentos, a imagem torna-se mais nítida. Já vi isto acontecer antes! As ideias entram em ebulição. O som ritmado e repetitivo, resgatado peculiarmente, ao violoncelo transforma-se num sistemático movimento de limpa pára-brisas, ritmando a espera ansiosa e intrigante de quem observa e aguarda. È perfeito para uma cena de suspense de um filme. À medida que os sons se tornam mais fortes, a atenção passa para lá do vidro e da chuva que por ele escorre, por entre o movimento das escovas e a cortina de água deixa adivinhar o culminar do gradual aumento do ritmo e vibrações que passam agora a ilustrar o barulho ensurdecedor do cravar de estacas. Perfeito. Uma verdadeira e surpreendente viagem sonora, da qual participei por motivos aleatórios que me levaram àquele espaço, naquela noite de chuva.

Thursday, February 16, 2006

A ver a vida passar




A ver o mundo passar,...um e outro dia, todos os dias, sempre igual, na mesma monotonia. Lá fora, tudo se funde numa mancha enevoada - edifícios, pessoas, automóveis,...
Tão perto e tão ausente, o pensamento, que se refugia num local distante.
A ver a vida passar, lá fora, à nossa frente, sem a conseguir agarrar. Escapa-se por entre os dedos, como se debatendo por uma libertação, que não consigo alcançar.
Resta o refúgio nesse local distante, feito desses fugazes momentos em que vivemos realmente.
Onde os sentimentos vislumbrados em olhares cruzados e as frases não proferidas se libertam do entorpecimento... e o medo de viver se desvanece, como o mundo lá fora.

Tuesday, February 07, 2006


As I sit here, I ponder.
About life and death, about dreams and treamours.
About fear of living and desire of accomplishing greater things.
I isolate myself to think, to plan, to try and make sense of a world that has lost its sense a long long time ago.
I feel alone in a crowded room but I feel complete with so few
If noone can truely see or understand me, then I'll let them keep trying.
I am what I am and tha's why I sit here and wonder.