Tuesday, March 28, 2006

Domingo em Frida e maratona na Ponte

O dia começa confuso.Ninguém sabe ao certo as horas a que ficou combinado. A maratona impossibilita a chegada a Belém. O caos do estacionamento deixa os residentes em polvorosa e sedentos de atacarem os inocentes que circulam, vezes e vezes sem conta. Penteados e sobrancelhas em Frida inundam os jardins. O mulato simpático perpetua um reconfortante déjá vu que faz recordar os tempos de faculdade e de pitas. As ciganas esconjuram, uma e outra vez, quem passa - há-de ter muita inveja ! Pois, hão-de mesmo fazer dinheiro a ler a sina...o melhor é voltar aos acessórios e perfumes na feira.Os pombos voam picado, na tentativa de apanharem restos do piquenique. Os idosos debatem-se com os coxos para apurarem o 1º a entrar no autocarro.

São os dias loucos de Domingo em Lisboa: combinar encontros na manhã em que muda a hora. A distracção de ir ao CCB em dia de Maratona. É ir a Belém comer pasteis de cerveja.

É estar com os amigos mesmo quando a vontade era ter ficado a dormir.




O prenúncio de um desastroso programa de sábado já se tinha feito anunciar com a visão de uma simples foto. Não gosto de fazer juízos de valor, muito menos com base em primeiras impressões, mas a verdade, é que estas são-me muito difíceis de ignorar uma vez que nunca me têm deixado ficar mal.
As hipóteses de divertimento, porém, disparavam proporcionalmente à falta de fé – com entrada grátis, na pior das hipóteses, tinha a certeza de que me divertiria a troçar com a qualidade do trabalho.

22h e pouco, com tão já característico atraso, partimos em busca da bomba que oscilava entre a sexual e a suicida – ganhou a 2ª, por razões óbvias. Curiosamente, o número da porta teimava em ser achado, começando a duvidar da existência do mesmo, no nosso plano de existência. Estranhando a ausência de um lugar passível de acolher um espectáculo ou avistar qualquer ajuntamento que o denunciasse, por tentativas pouco lógicas, acabámos por descobrir a tal travessa, mais a bomba, que se anunciava como performance de dança.
À entrada, dois sujeitos de cerveja na mão, exclamavam um íntimo olá, como se há muito esperassem pela nossa chegada. Ao passar a grande porta daquele armazém, deparamo-nos com uma sequência de imagens que, por momentos, pensei se tratar da própria aventura anunciada: Um Hall cheio de dezenas de caixotes de lixo, uma garagem, escadas e corredores sinuosos, traves caídas, fios eléctricos pendurados e nem uma pessoa que se deixasse ver. Seguimos o som da música, descemos as escadas apertadas para um novo corredor sinuoso, passamos a porta e a sensação é a de ter chegado ao backstage de um concerto. Somos ignoradas pelos três tipos que falam em espanhol, enquanto abrímos e espreitamos por todas as portas existentes na sala. Nada. Ignoradas por completo. Nenhum sabe o que estamos a perguntar, encolhem os ombros e sugerem virar à esquerda. Melhor ainda – novo corredor escuro e algo tétrico, sem saída viável "Se descemos mais vamos dar à morgue". Voltamos ao piso de entrada, nova direcção. Finalmente indicações minúsculas do tal estúdio. Estúdio? Ao entrar finalmente na sala que há tanto procurávamos encontrar, um grupo de 15 pessoas pára a conversa e as atenções centram-se na nossa chegada. A palavra “estúdio” continua a martelar-me na cabeça. Será que viémos parar a uma daquelas aulas em que temos de fingir ser árvores ao vento? Finjo saber o que faço e dou um boa noite convincente. Entregam-me um folheto e dirijo-me para lá das cortinas. Na sala vermelha, um sofá namora um grande ecran onde são projectadas imagens de uma performer. Sentamo-nos no fundo da pequena sala e questiono-me porque o público interessa-se mais pela sala do lado, onde conversam.
Ao fim de 3 minutos, o filme repete-se. Espero pela repetição para comentar. A jovem de vermelho continua em constantes contorsões e fanicos. Isto tem algo do do filme THE RING – o efeito sonoro demasiado weird, o grão da imagem, os tremeliques, a brancura asséptica do cenário. Comento que a Samara cresceu, cortou o cabelo e agora veste-se de vermelho para vir para o Bairro. Desisto das imagens que se repetem na tela e coloco a conversa em dia. Abandono o espaço lá pela 15ª vez que passa o filme, após descobrir que me estão a fotografar, a mim e às outras 6 pessoas que foram ver o espectáculo. Resumo da noite – não a trocava. Vale sempre a pena novas experiências.

Friday, March 24, 2006

Lexotan pela manhã

A custo, acordo de um sono profundo, sob o peso de muitas ressacas que me pressionam a fronte. Sem noção das horas, entreabro os olhos que parecem ferir-se, ao primeiro contacto com a luz. Rebolo para o lado, que encontro vazio, a meu lado. Passo a mão pelo lençol até à almofada. O toque frio denuncia uma ausência prolongada. Encolho-me, aninhando os joelhos de encontro ao estômago. Cerro os olhos com força e tento não analisar aquela sensação de vazio.
Que se lixe!
Levanto-me de um pulo. Na casa de banho, a luz fluorescente tremelica a um o ritmo frenético e enervante. Olho para o espelho e não reconheço a cara que me olha de volta, com incredulidade.

Abro a porta do armário e procuro entre os frascos, o certo para a ocasião. Engulo em seco e volto a olhar nos olhos daquela cara estranha espelhada. A realidade cai como uma pedra - Até onde desceste?!
Volto a abrir o armário e tiro mais dois comprimidos:
“hoje não vai ser um dia fácil”
Coloco-os na boca e engulo-os de um só trago, enquanto penso que amanhã, deixo-os de vez.

Sunday, March 19, 2006

The sweet embrace of death


"She shivers in the wind like the last leaf on a dying tree. I let her hear my footsteps. She only goes stiff for a moment .



- Care for a smoke?

- Sure, I'll take one. Are you as bored by that crowd as I am?

- I didn't came here for the party. I came here for you. I've watched you for days. You're everything a man could ever want. But it's not just your face, your figure or you're voice...It's your eyes. All the things I see in your eyes.

- What is it you see in my eyes?

- I see a crazy calm. You're sick of running. You're ready to face what you have to face. But you don't want to face it alone.

- No, I don't want to face it alone.

The wind rises, electric. She's soft and warm and almost weightless. Her perfume is a sweet promise that brings tears to my eyes. I tell her that everything will be all right. That I'll save her from whatever she's scared of and take her far, far away. I tell her I love her.


The silencer makes a whisper of the gunshot. I hold her close until she's gone. I'll never know what she was running from. I'll cash her check in the morning.


The Man

(sin city)

À noite, todos os gatos são pardos

Sexta feira, indian food.
Conversas em dia e jogadas fora, na alienação da chegada dos convidados, por sinal, em maior número que os lugares à mesa.
Juntam-se os bons malandros no canto estratégico.
E venha mais um lassi de manga!
Os tropeções constantes no saco do chicote.
Ai... o chicote...como tinhas razão em pensar que eu ia achar interessante a nova forma que estás a aprender.

E o mp3 para 5 que nem por isso me elucidou na melodia da capicoa da vida. Não seja por isso, inventam-se.
Qual vista para o rio, qual o quê! O que queremos são desculpas para estar em boa companhia. Onde mais é que íamos conseguir um bar decorado em honra da aniversariante?
Parabéns, amiguinha. Take control and B a happy nerd!

A chinada na mula

Migas:
Depois de tão aceso debate, não podia deixar passar em branco e esta é especial para vocês:


PROJECTO
A CHINADA NA MULA

Enquanto te relia o Monte dos Vendavais

E tentava baixar os MP3's convencionais

Foi aos 22 outonos

Que tão profundo me doeu

Na capicôOOOoahhh da vida

A MINHA MULA MORREU!







Sunday, March 12, 2006

Chega devagar, sem aviso. Apanha-nos desprevenidos. Num dia, estamos óptimos, no seguinte, pende sobre todos os aspectos da nossa vida. Os primeiros sinais, como uma ligeira impressão de desconforto, rapidamente escalam para uma sensação de total incapacidade. Sinto-me invadida por um desequilíbrio, que me tolda os sentidos. Afecta-nos o trabalho, a socialização, até os momentos de inércia e as noites mal dormidas parecem infindáveis. Sempre presente, teima em desaparecer. Falta a vontade de comer, de interagir e de criar. Só quero que isto passe. Só quero dormir e acordar livre desta sensação que me aperta o peito e sufoca a garganta. Desisto, rendo-me na luta com o inimigo invisível. Busco por um comprimido milagroso que não acho. O Paracetamol não faz efeito, apenas disfarça os efeitos dele resultantes. Que venham os antibióticos e os anti-inflamatórios, os xaropes e os anti-histamínicos. A paciência e a teimosia têm limites. Estou farta! Rendo-me por fim às drogas e à medicina moderna que me intoxica o organismo.

Do you, do you wanna?



Admito que às vezes descubro rituais urbanos que me passaram ao lado e que, aparentemente, toda a gente, conhece. Como a coreografia das ketchup e o que soa à letra do Dragonstea Din Tei. Dou por mim fora das “modas cheesy” do momento, daquelas que supostamente por serem tão más, têm piada – pelo menos é com essa que me tentam enganar.
Agora, se há uma coisa que me anda a desafiar os pensamentos é uma nova atitude, que se pega a moda, não vai haver postes que lhe cheguem. O que inicialmente me pareceu um caso isolado, há umas 2 semanas, onde numa festa, fui brindada com a visão de uma tentativa de engate a um pilar, por parte de uma jovem, que por ter os óculos embaciados ou com a graduação desactualizada, passou bem mais de uma hora a dançar somente para ele, enquanto o acariciava timidamente, numa clara tentativa de sedução. Apesar da sua total devoção, felizmente, a miúda não teve sorte em convencê-lo a ir com ela para casa, porque se tivesse conseguido, lá tínhamos levado com o piso de cima na cabeça. Nem mesmo as duas bebidas, que ela mais tarde segurava, enquanto dançava sedutoramente, o demoveram e ela lá se deixou levar pelas amigas, que finalmente devem ter percebido a figura que ela estava a fazer.Valeu a cena que suscitou um infindável rol de piadas que rondavam o facto do gaijo, apesar de alto e esguio, ter pés de chumbo, e como todo aquele trabalho nas artes de sedução foram em vão…porque o gajo nem se mexeu.
Ora, passadas duas semanas, ainda dava motivo para piada e risotas, quando nova incursão na noite, em diferente cenário, dou com outra premiada mais o seu melhor amigo – o pilar.
Acho que mais uma vez, me anda a escapar uma dessas modas urbanas nocturnas, porque em nenhum dos casos, me pareceu que estivesse a pôr em prática as técnicas de pole-dancing, pela Carmen Electra ( que admito, umas horas antes, até andei a experimentar no mesmo poste).
Se bem que neste último caso, a moça estava já nem se aguentava com os olhos abertos, tal era o grau de alcolémia, não explica a anterior que andava a sumos.

Parece que vou ter que continuar a investigar para saber se, realmente, a moda chegou para ficar