Monday, June 25, 2007

Lizandro, onde estás?!!


foi para ali!!! - responde o duende bufo improvisado
e se a Hérmia acatasse suas insistentes denúncias
lá ia apanhar o Lizandro com as calças na mão, a correr atrás da Helena
...espera lá...e catou.
mas a Hérmia é uma gaija à moda antiga e se já se tinha deixado ficar noiva de um tipo q não suportava, só pq o paizinho mandou...então também faz vista grossa, à boa moda e bons costumes, e perdoa o seu gajo por ter ido atrás da sua amiga.
Mudam-se os tempos ...mas não o modo de agir

shake shake shake shake...spier - lá está, a actualidade do imaginário deste senhor

final de tarde, passeio pelos jardins
em romaria
Lizandro, onde estás? porque há sempre um Demétrio no bosque

Sunday, June 24, 2007

Sunday, June 17, 2007

PERDIDA NUM DIA DE CHUVA

FOTO BY ROSA DINIZ

DANTAS ERA O VERBO

O dilúvio adiou o sonho numa tarde de verão.
Calças molhadas até aos joelhos...ou mais, segundo outras opiniões
Exposição de arquitectura - evento de relevo, não fosse uma Trienal
Desconto para FNAC mas não para arquitectos.
Relembrem-me qual o papel da ordem, afinal?
Espaço estranhamente vazio
sem problema: apropriamo-nos do espaço e invadimos o vazio
Espírito alimentado, há que nutrir o corpo
E a branca mantém a conversa fluída.
Encontros furtivos mascarados de surpresa
...e a chuva continua a cair
Recolho-me ao meu espaço
Levando comigo mais alguma da água que cai insistente
foto by Rosa Diniz




yes master!

Decisões de última hora, mudança de planos.
Chegar atrasada, para chegar a tempo.
Encontrar antigos colegas e ser encontrada por colegas estimados.
Pôr as conversa em dia e ouvir calada.

"se gostou, visite-nos de novo"

Wednesday, June 13, 2007

CONTRA/SENSO

Há dias em que não me apetece escrever sobre a noite da sangria, a barafunda que é a invasão de Lisboa na trilionésima tentativa de assalto ao castelo.
No início era a ginja, ainda de dia, a descomprimir o bom comportamento de um dia de reuniões.
A volta da praxe pela Bica, o reconhecimento de possíveis locais onde assentar arraiais, com um grupo emprestado.
Voltas e mais voltas sem destino certo, cumpre-se a profecia – por estranhas e imprevistas forças, desço ao submundo dos pitbulls, com vista sobre o rio.
Grito, em vão, o nome de conhecidos que se deixam diluir na multidão.
Mouraria, beco em festa entre kizomba e brasileiras, fujo do fumo dos assados para sorrir perante os turistas que, em peregrinação, páram diante do altar que é o assador, de modo a imortalizarem o momento da viragem da sardinha.
Deixo-me levar pela massa humana, lentamente colina acima, como parte de um magma que contraria o efeito gravítico. Sigo religiosamente o António, lá alto, preso por um cordel, único marco reconhecível e visível de um grupo que acabei de conhecer.
Abandono o congestionamento, tento fazê-lo, vejo a bestialidade das pessoas na luta pela “sobrevivência” – o civismo é inversamente proporcional à quantidade de pessoas.
Ficam os grupos desistentes, os grupos desconhecidos, os grupos por encontrar, impossíveis de contactar numa noite em que a rede simplesmente desaparece.
Volto para casa, empacotada numa lata, com o cheiro a sardinha a estagnar o odor.

Há dias em que não me apetece escrever sobre a noite...
por isso não escrevo sobre ela.