Monday, February 25, 2008

HIT ME LIKE A TOM

Feel like I'm gonna ignite




Distorções
pedais de efeitos
contagiante
frenesim musical
cordas partidas
camisa ensopada
o sumirem-se palavras por cantar longe do micro
as pilhas
e que pilhas
baterias inesgotáveis


Rendi-me logo nos pedais de efeitos

Saturday, February 16, 2008

URGE



Mergulhar no olhar
a atenção
desafios silenciosos trocados
o sorriso tímido
aproximação em movimento arrastado
tocar ao de leve o cabelo
respirar fundo
sentir o doce perfume
encher os pulmões com a tua essência
o arrepio
o doce arrepio
fecho os olhos
sentir o tremor dos joelhos
sorrio
as borboletas voam descompassadas
os dedos divagam
buscando
aprendendo
lendo o Braille
dos corpos que se confundem
decorando todas as linhas
os traços
as superfícies
até à exaltação

Thursday, February 07, 2008

IF STELLA WAS A DIVER

...SALLY FIELD IS A SUBMERSIBLE


movo-me em automático
as mesmas caras
os mesmo caminhos
inconsciente
quando consciente
longe

as mesmas personagens
as mesmas esquinas
as luzes segredam o crepúsculo
atravesso a confluência das 4 pontas
os mesmos espectros guardam a rua

surpresa
reconhecimento de uma feição
não é Stella mas uma Sally Field

a mesma actriz
numa diferente encenação
num diferente argumento
num diferente cenário
daquele que partilho
a confluência das 4 pontas
abriga mais fantasmas
que o eléctrico

aqui, onde na rua
é chamado (o) desejo

Tuesday, February 05, 2008

E onde é que eu estava ?

...Ontem à noite

Ligeiramente ébria de sono, aterrando de pára-quedas na sala quase vazia – sem grande conhecimento da banda, total desconhecimento da 1ª parte, um nome numa lista, uma descoberta, basicamente, em formato chapa zero.
Surpresas não faltam – afinal reconheço o vocals da 1ª banda – deixem as surpresas começar.
A escassa assistência, mas altamente entusiasta, parece-me demasiado com um alargado grupo de amigos da banda – duplamente deslocada, mas nem por isso, num sentido depreciativo, vou parar mesmo no meio do seu domínio.
Continuo a achar que não há nada, como tomar contacto com um trabalho musical, pela primeira vez, como a ferro e em prova de fogo – ao vivo, sem efeitos.
30 segundos apenas, segundo o Diogo, é quanto basta, para tirar a 1ª impressão.

Para o grande momento da noite, poucos, mas electrizados desde o 1º acorde, revelam o verdadeiro estatuto de banda de culto. Espasmos corajosos, histeria em danças descontroladas erguem-se na assistência, valendo no final, um genuíno e surpreendido agradecimento, com uma distribuição de voluntariosos apertos de mão à plateia – uma dupla actuação para os dois lados do palco, com uma banda completamente rendida e tomada de surpresa, revelando uma clara humildade e apreciação pelo impacto desferido.
Por contraste, numa posição destacada, exactamente em alinhamento com o olhar de um estranho Tim Burgess, alguém na assistência, num estado catatónico em completa de absorção, uma presença estática mantém-se hipnoticamente focalizada no palco.
You’re so pretty, repente apontando, precisa e directamente na sua direcção, quebrando os gestos generalizados e abrangentes até ali.
Dois exemplos de uma simbiose energética, de interacções momentâneas, nas quais as actuações fixam os momentos.

Com uma já alargada actuação, brindam o público rendido e extasiado com uma verdadeira e delirante live jam session, onde um frenético órgão, obriga a rendição de qualquer bastião de indiferença.
Nada me podia ter preparado para a falta de entusiamo com que fui assistir esta actuação, excepto algo que ouvi um dia “ The Charlatans are absolutelly great playing live, much better than making records” e ontem, em absoluto, foi a confirmação.



foto por João Carneiro da Silva

Saturday, February 02, 2008

Give in2



I lie awake
at night in my room
thoughts rush into my head
can't sleep
tossing and turning
in the void
with you
always and ever
present
lurking
my fingers have blead
my throat's sore
but no one can hear me
can't stop thinking of...
whY
sinking into...
Oh
how I hate...
U
For making me feel
so
much

Friday, February 01, 2008

BEWARE OF THE RECURRENT i


Passing throught books
Looking at photographs
Portraits frozen in time
Releasing my mind
by the sound of the night
The hello
the goodbye
...so shy
The gazing eyes
meeting so right
in clandestinity
in disguised
by your side
oblivious
not a hint
of the silent stir
of our stillness

unleashing...not quite

makes it irresistable
because that's you and I


...and her by your side

À DESCOBERTA

Ao final do dia,
sair do trabalho
Deixar a mente divagar,
devagar
descobrindo novos sons,
ao vivo
sem arranjos,
sem disfarses.
SEAN RILEY and the SLOWRIDERS
partindo no caminho meio azul,
tingido por uma épica saudade.
...
Farewell