Friday, January 13, 2006

Todos as usamos uma ou outra vez:
para ocultar, para esconder, para fingir, para enganar, para divertir, para seduzir, para ser diferente,...
Ocasionalmente ou intensamente, muitos são os fazem delas a sua pele até ao ponto de deixarem de conseguir distinguir a diferença entre o “eu” e a personagem.


Não conheço ninguém que aprove o seu uso, ninguém que goste de se relacionar com uma máscara, com um falso “eu”. No entanto, tenho aprendido que no fundo, também temem a verdade, temem ser verdadeiras, de se exporem tal como são.
Tenho tentado ser fiel ao que penso e ao que sinto, mas deparo-me muitas vezes com desconforto e incómodo da outra parte, em relação à verdade que tento seguir sem a impôr. Assisto a julgamentos errados sobre as minhas acções, sobre as minhas palavras, sobre a minha relação com o mundo, combato as tentativas de rotulagem, de estabelecerem limites aceitáveis para o que sinto. Não preciso de analisar para sentir. Sinto simplesmente, como existo sem ter que definir os "comos" e os “porquês” dessa existência.

É libertador viver sem rede, sem protecção de uma máscara... mas protecção de quê, afinal? De nos verem tal como somos? Que consequências desastrosas acarreta, afinal, para haver tanto receio?

Se por um lado é claro, sentir sem ter que definir ou escrutinar o sentimento, acabo por ter cuidado ao lidar com os outros, com quem não consegue viver sem rótulos, com quem se sente incomodado por se mostrar como é ou como sou.
Não me consigo libertar e tento, aos poucos, vencer essas barreiras. As máscaras que tento não usar com quem não faz sentido me esconder, quem conhece o meu “eu” com as minhas muitas facetas, quando me adapto às situações, quando me transformo sem me perder.


É assim espectáculo real da vida e os papeis que interpretamos nos diversos actos da nossa existência.


1 comment:

Anonymous said...

Seria bonito não usar máscaras...

As máscaras que nos incutem ao longo desta passagem mundana, nesta sociedade onde a liberdade de expressão nos condena, a cada frase não enquadrável em parâmetros “politicamente correctos”

Porque raio deixamos morrer em nós a criança que se exprimia sem ligar a mínima importância a acções ou reacções? Não sei...Também perdi a minha...

Seria bonito ver o rosto das pessoas...seria bonito mostrar o nosso, sem máscaras, sem armaduras, sem invólucros.

Por vezes conseguimos... Aliás, muitas vezes conseguimos. Bolas, também não somos marionetas.

O senão é que quando o conseguimos, quando nos conseguimos abstrair das várias máscaras que nos cobrem, quando estamos “nus” perante outro rosto, nem sempre somos aceites. Somos incompreendidos ou incompreensíveis. Somos julgados, porque afinal não gostamos de percorrer a casa do terror como toda a gente, gostamos é da montanha russa...

E é aí que voltamos a colocá-la - a máscara... a protecção contra outras máscaras, para nos movermos INEKILIBRIUM, ainda que o sorriso seja só o da máscara...

mezze