Monday, November 19, 2007

NO PLACE LIKE HOME



inspiro fundo
deliciando-me com o cheiro morno da tempestade
que se aproxima a galopar num ribombar,
cada vez mais próximo, dos trovões
Desço a rua deserta,
Prenúncio do dilúvio que se adivinha

Raios que rasgam o céu,
Rasgões rápidos de um tecido laranja
Iluminado, pontualmente, por clarões electrizantes

A cidade engasga numa fuga em câmara lenta
Uma profusão de luzes vermelhas
escorre pelos cursos sinuosos

Força com vontade própria
que me conduz até ti
e me faz desaguar no teu leito

A chuva cai finalmente
noite fora
lavando a alma da rua
que renasce para um novo dia

na próxima saída

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