Wednesday, August 09, 2006

LISBOA SOUNDZ PART II - SHE WAS A BAD BAD GIRL AND HE TOLD HER SO

Som depressivo mas em nada deprimente, o ritmo pulsa e encontra reflexo nos cantos obscuros da minha alma e transforma-se com uma atitude provocatória, num “teasing” muito bem conseguido, com um jogo de inatingível que perdura e faz perpectuar as sensações.


A actuação mais esperada da noite, deixou-me com um gosto de insatisfação. Terá sido pelo distanciamento, imposto pela estruturada coreografia com poses pensadas, expondo a sensualidade estática ao máximo? Exalando e explorando a ambiguidade sexual que cativa os dois públicos, um concerto brutal, que me deixou a desejar mais. SHE WANTS REVENGE são bons, muito bons, mas o timming apertado das actuações ou a fadiga sabotaram a explosão merecida. Senti-me como se circulasse em esferas diferentes, onde foi demasiado evidente a diferença entre o palco e o público. Faltou a interacção, razão pela qual um concerto na TV não é comparável a um concerto ao vivo.

Não me senti defraudada mas com vontade de voltar a tentar.


I WANT REVENGE : come back so we can settle the score.

Friday, July 28, 2006

LISBOA SOUNDZ - parte I

Debaixo de um sol quente de fim de tarde, chego ao recinto a tempo de assistir a uma surpreendente actuação. Com uma expectativa nada especial, sobre o blues de Howe Gelb, deixei-me conquistar pelo à vontade e domínio com que conseguiu transpôr, com uma fina e ténue linha, o soundcheck para a performance.
Entre piadas e interacção com o escasso público que teimava resistir ao sol, aquela figura alta e estereotipadamente americana, conseguiu em pouco tempo, puxar-me para dentro de um imaginário muito estilo ROUTE 66, ao volante de um Mustang branco, ora actuando em clubes crepusculares, vigiado por uma assistência omissa, entre as sombras à média luz e brumas provocadas pela excessiva concentração de fumo de cigarro, enquanto duas pedras de gelo se desfazem lentamente num copo de Bourbon. Com uma voz muito ao estilo da de Lou Reed , um estilo muito próprio e uma certeza que domina o palco, cuja presença esguia intimidande, como tive a oportunidade de confirmar, mais tarde, mesmo ao meu lado.

Monday, July 17, 2006

Música do frio que aquece a alma

Depois de uma decisão repentina, que não podia ter sido outra, numa noite morna e sem aragem de verão, assisti a um dos mais introspectivos concertos que me lembro. Não estava sozinha, mas deliciava-me com cada uma das músicas, como se só estivesse eu e o palco. E aquela enorme sala fosse o mais pequeno dos quartos. A criação de ambientes encantados, moldam uma paisagem mental fria, de tundras, fiordes, de florestas nuas em suspensão, num gélido inverno nórdico. Uma viagem ao fundo do meu eu, levada pelos sons frios da Islândia. Assisti como um verdadeiro Svefn-g-englar (sonâmbulo) ao alinhamento, ao borbulhar dos meus mais profundos sentimentos, vibrando ao som das cordas e da voz, daquela voz que me embalava ao longo daquela viagem surreal. Noite absolutamente mágica, com um total preenchimento do tão difícil pavilhão atlântico, de som, ambiente, imagens e calor. Não consegui parar, tal qual uma árvore ao sabor do vento, de balançar lentamente ao sabor da música, como uma dança à distância com um parceiro invisível, sentindo o musgo fofo e gélido sob os pés descalços. Um misto de inocência com mestria, a melancolia de um interminável lamento que termina cedo demais, um sentimento que cresce ao sabor de uma paixão calmamente arrebatadora. Um misto de contrassensos que tão bem se misturam e fazem todo o sentido. É como cair lentamente no precipício submerso, o poder respirar debaixo de água numa queda em câmara lenta, enquanto se tem a sensação de ser gentilmente elevado sobre o vazio.
Loka Augunum (fecho os olhos) e deixo-me invadir...

por um estado hipnótico
É assim, Sigur Ros



Sunday, July 09, 2006

Febre de sábado à noite - II



Feitiços lançados em torno da mesa negra
Encantando a chama da noite
Viagem ao passado que faz animar até a mais comum das palhas
Walk like an Egipcian...
Video kills the radio star deixando um Tainted love no ar:
And I've lost my light For I toss and turn I can't sleep at night
E o surdo ficou mesmo à porta

Saturday night fever

Saturday, July 08, 2006

warmth

Ao som de um Bad Timming, fico a olhar para o ecran em branco.Já com um post alinhavado, escrito em talões de multibanco que inundavam a mala, reconsidero e dou razão ao um Tom Barman, que continua a tocar. Realmente é um bad timming, trivialidades que, hoje, já não me motivam.
Em fim de semana agitado, agenda cheia, adivinho um domingo de ressaca mental. Depois de uma quinta inesperada e recompensadora, capaz de enternecer o mais sarcástico dos sentimentos, uma sexta agitada, com atenções divididas. Convívio alegres com amigos, testemunhar a excelente representação de outro amigo. Surpresas espreitam em cada esquina, umas boas, outras, ainda não sei. Fica, até agora, apenas manchado pelas dúvidas semeadas, pelas meias conversas, verdadeiras alfinetadas na curiosidade. Pelas preocupações com quem se gosta e por quem se pode nada fazer.
Mais uma dose se seguirá neste longo fim de semana.

Parabéns, minha amiga!
Que possamos comemorar muitos mais aniversários, envoltos em melhores circunstâncias.


Parabéns,meu amigo!
O teatro português está aí e recomenda-se.
Assim como as noites de lua cheia ;)

Monday, July 03, 2006

Noites em claro

São João outra e outravez?



Noite de sábado, 1 de Julho e os arraiais de S.João arrastam-se por mais outra semana, em terras de pescadores.
Toda a vila desce ao arraial mal amanhado, ao som de música mais que pimba, ensopando-se em copos 3 duplos e imperiais.
À minha chegada já o hino se cantava e a bebedeira era total, que em dia de ressaca de vitória da selecção, se apresentava como uma bizarra versão distorcida da mesma, com o equipamento a condizer. Fogueiras, churrascos, farturas, pipocas, algodão doce, cães que tentam roubar as bifanas, bailarico, onde mulheres dançam com mulheres e homens encostam-se ao balcão, de copo na mão.

Descubro que é possível cantar "Big in Japan" dos Alphaville, ao som da melodia de uma música de Tony Carreira. Tento aguentar. Mas sem sucesso. Sem sangria, sem tampões para os ouvidos...já é demasiada informação! Farto-me de todos os bêbados honorários, tão vermelhos quanto as t-shirts que envergavam e volto para casa, feliz por ter um bom livro à minha espera.
Definitivamente os arraiais da minha adolescência tinham mais piada.

Sunday, June 25, 2006

Noite de São JOshÃO

"Hoje não preciso de casaco porque vou para casa cedo...” Pensamentos incorrectos, envoltos em incerteza duvidosa, que antecedem um inesperado e agradável serão. Após uma longa espera telefónica, entrada VIP para uma excelente actuação, que dificilmente se pode deixar passar em branco. Melódica voz de cama, arranha um implícito “fica mais um pouco” enquanto se arrasta docemente pela noite dentro. Pães míticos e S. João à parte, arraiais vazios de espírito e de gente, fica mais uma agradável recordação de boa música , excelente companhia, boas conversas, entre brincadeiras e assuntos sérios da vida.
I love this time of year and you're a strange, strange find..

Tuesday, June 20, 2006

Uh yeah, he is the King!

(Vem cá, vem que chamo-te um figo!)

Ainda sob o efeito da cafeina e o elemento catalizador electrizante que é o facto de estar atrasada, falava sem parar, tentando pôr a conversa em dia, no mínimo tempo possível. Interrompendo, apenas, para um boa noite, nas bilheteiras onde levantaria o bilhete, páro e olho para trás das senhoras atrás do balcão estranhamente sem filas, mas repleto de baldes de pipocas e copos de cartão com bebidas. Confesso que há anos que não ia a este Centro Comercial por isso a ideia martelou-me como uma marreta – Boa! É o que dá estar de conversa, já vim parar ao sítio errado...Desculpe, pensei que eram as bilheteiras. Num instante compreendi a cara feia e a resposta a seco – E é! Realmente devo admitir que de abonatório, o meu comentário nada teve e a noite, de nada de vulgar. Jantar com vista sobre um driving range abandonado, com um monsanto como pano de fundo, o sabor doce-amargo do chocolate negro que derrete nos dedos e não na boca e um serão a encher o olho com um Gael...e que Gael! O Rei. Comentários? quem são vocês para me julgar como louco!?

Vivam os filmes sem final feliz.


Divamania

No pictures, please!

She's a Star

Sunday, June 18, 2006

Contando os minutos

Sob a ténue luz, ela aguardava pacientemente, enquanto olhava, de novo, para o relógio. A perna traçada balançava, tocando ao de leve no pé de ferro da mesa à sua frente, enquanto a chama da vela dançava ao sabor da suave brisa da noite. Um nervoso subia-lhe pela garganta enquanto ajeitava o cabelo atrás da orelha. Como um suspiro de alívio, vê-o à porta a sorrir e acenando, como quem há muito esperava por aquele encontro. Dirige-se apressado para a sua mesa e senta-se o seu lado com um beijo
Desculpa o atrazo.
Não faz mal. Acabei de chegar.

Os olhares trocados não deixam margem para dúvidas e o nervoso e a incerteza que a assolavam enquanto esperava, tornam-se ridiculamente inadequados e evaporam-se na cumplicidade do momento.

Wednesday, June 14, 2006

Dançando com Sufis

Na última semana é assim que me tenho sentido:
Num transe interminável, num reboliço sem fim.
O resultado letárgico e nauseante da paragem mas
estranhamente, fascinante.

Santo António já se acabou

...mas anda cada vez mais atrás do progresso. Senão, não teria eu, andado em plena noite de 12 Junho, a saltitar de arraial em arraial temático. Ele há para todos os gostos - tem o tradicional pimba, o Xuto, o rasta raggea, o transe e o Ibiza gay. E tudo percorrível em pouco mais de um quarteirão. No meu tempo não era assim!É a evolução das noites loucas de Santo António na Bica.

Tuesday, June 13, 2006

80's all over again

Quando menos espero, dou por mim no meio destas festas, que se auto-rotulam de anos 80. Com Franz à mistura e Nirvana, afinal deveriam ser chamadas "festas desde os anos 80". As caras são-me familiares, a companhia é a mesma, muda o cenário e os episódios cómicos não se fazem por demorar. Com um porteiro filósofo ou muito mau stand up comedian que era constantemente "informado", pelo seu auricular inexistente, da looonga fila para pagar, que se imaginava num outro piso e que era desculpa para deixar formar um grande aglomerado de revoltosos à porta. Chamariz para quem passa, que inadvertidamente é levado a pensar que está presente a uma concorridíssima festa, controlo de massas na frágil estrutura do já cheio salão ou desculpa para manter à mão, possíveis alvos de conquista...? E lá estive de conversa a noite toda, por entre dandys e góticos (ainda não percebi a relação), numa varanda sobre o Rossio, na esperança que o chão não cedesse naquela festa. Faltaram os postes para serem seduzidos, mas ficou mais uma longa noite para recuperar no dia que se seguiu, com um borrão no pulso e outro na cabeça .

Saturday, June 10, 2006

Fantastisch

Os festivais continuam um autêntico ovo, onde se encontra tudo e toda a gente, do presente, do passado, de outras vidas. Tirando a colher de sopa de soda cáustica que é ouvir Keane num festival (que devia ser guardado para épocas de Natal nos Hospitais), o ACT 2 do SBSR foi absolutamente e simplesmente BRUTAL !
The Editors ainda vão dar muito que falar.
Ai meu dEUS! Tom Barman continua um verdadeiro animal, a impressionar em palco tal como há 10 anos atrás, senão mais ainda.
<>



O Ian Ashbury dos Cult, um verdadeiro personal trainner, a manter os ânimos lá em cima, para o grande desfecho da noite. é o que dá aprender a dizer "Bonita" e "Pedro Figo" (ainda estou para saber quem é esse).
E Franz...já esperava um excelente espectáculo, mas fiquei surpreendida com a descarga energética e a capacidade de conseguirem, sem esforço, manter ao rubro, do início até ao fim, das quase 2h de actuação.
Com encores de meia hora e com esta qualidade, quem é que chora pelo dinheiro que deu pelo bilhete...bom, também há quem nem tenha dado nada pelo bilhete.
Qual má disposição que quase me fez ir para casa !
Resistência e teimosia é uma coisa muito boa e dá sempre jeito.
Ou teria deixado de ficar verdadeiramente estúpida com um Kaprano absolutamente cool, cuja presença carismática, destilava uma sensualidade, impressa a vermelho, enquanto se movia pelo palco, com a agilidade de um siamês.











para quem lá esteve e para quem não teve a sorte de ter ido...



see you in the matinee

Tuesday, June 06, 2006

URBANdO







Que surpresas se escondem











Por trás de portas fechadas











O riso de crianças









Um fragmento da cidade






Um momento

Uma parte de mim












Or The Girl and the tree ?


Fotografia @ R.Maia