Sunday, March 12, 2006

Chega devagar, sem aviso. Apanha-nos desprevenidos. Num dia, estamos óptimos, no seguinte, pende sobre todos os aspectos da nossa vida. Os primeiros sinais, como uma ligeira impressão de desconforto, rapidamente escalam para uma sensação de total incapacidade. Sinto-me invadida por um desequilíbrio, que me tolda os sentidos. Afecta-nos o trabalho, a socialização, até os momentos de inércia e as noites mal dormidas parecem infindáveis. Sempre presente, teima em desaparecer. Falta a vontade de comer, de interagir e de criar. Só quero que isto passe. Só quero dormir e acordar livre desta sensação que me aperta o peito e sufoca a garganta. Desisto, rendo-me na luta com o inimigo invisível. Busco por um comprimido milagroso que não acho. O Paracetamol não faz efeito, apenas disfarça os efeitos dele resultantes. Que venham os antibióticos e os anti-inflamatórios, os xaropes e os anti-histamínicos. A paciência e a teimosia têm limites. Estou farta! Rendo-me por fim às drogas e à medicina moderna que me intoxica o organismo.

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